11 abril 2011

Em defesa das cores

Qual o legado de um cético? Refiro-me aqui a profissionais específicos, um típico Richard Dawkins, um Bertrand Russell ou todos aqueles que elegeram deus e qualquer subjetividade como inimigos da verdade. Qual mundo nós herdaríamos destes sujeitos?

O sobrenatural, o irracional e o metafísico povoaram o mundo com o que chamarei irresponsavelmente de moralidade – seja boa ou ruim, útil ou não. Esta entidade enriqueceu nosso horizonte com a dádiva da crença, a polissemia, a opinião insensata, mas principalmente, permitiu uma escolha errada quando a porta certa parecia inabalável. Se o leitor não compartilha do meu entusiasmo com o erro proposital ou a escolha emotiva frente ao cálculo estratégico, responda as próximas perguntas com sim ou não, mas responda como se o mundo dependesse de sua sinceridade.

1) Você aprecia a luta contra as desigualdades e a brutalidade em suas diversas roupagens?
2) Você aprecia poder se expressar. Ou ainda melhor! Não ter que se expressar.
3) Pro fim. Você aprecia a idéia de justiça?

Caso responda sim para alguma destas perguntas: “Irmão, erguei as mãos e dai gloria a deus!

Não existem boas argumentações lógicas favorecendo estes assuntos. Pensado de forma racional, são demasiadamente custosos. Justiça social e democracia, por exemplo, são conceitos que nascem e se justificam como valores subjetivos, se apóiam na idéia de como o mundo poderia ser e não na resposta conclusiva de como ele é.

Quando leio (ou ouço) este discurso cético-dogmático pró-verdade, preto e branco, me lembro de uma passagem do filme a Vida de Brian. Na estória, a Liga de Judeus Radicais – ou alguma coisa parecida – se reúne para traçar seus planos contra o Império Romano. A assembléia começa agitada, munidos de ira e rancor todos vociferam contra o legado romano, exceto é claro, a agricultura, as estradas, os aquedutos, as escolas, o direito, a arte, a medicina, a república... Mesmo assim, a Liga segue firme e forte atirando pedras contra as cores.

Rodolfo Carneiro

10 comentários:

  1. Rapaz, não tem uma semana que li essa parte de Brian. Faltou o final:

    Mas além do saneamento, da medicina, da educação, do vinho, da ordem pública, da irrigação, das estradas e da água potável, o que mais os romanos fizeram por nós?
    Depois de um breve silêncio, outro conspirador diz: eles trouxeram a paz.

    Erasmo também faz esta crítica de modo extremamente criativo e bem escrito, sem necessariamente se posicionar pelo outro lado.

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  2. Procurei este dialogo na integra, mas nao achei, por isso foi do jeito que foi mesmo.

    Mas fica a idéia.

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  3. Todos sabem que sou graduado em pilhérias.

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    rs

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  4. è claro né véi... Dãa

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  5. è claro né véi... que você devia procurar num dicionário o sentido de Humor!

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  6. é claro né véi... que você devia aprender a fazer humor!

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  7. Em defesa das cores e da minha visão, gente coloca alguma cor no blog, tá ruim pra ler com todo esse branco! ^^'

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  8. O texto ficou muito bom!!
    Nunca fui muito fã do cálculo estratégico, não funciona bem comigo...

    E vocês dois deixem de lerê, tão parecendo dois velhos ranzinzas! =x

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  9. A diferença eh q eu nao tentei fazer humor!

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