Século acaba, entra outro. As pessoas sempre depositam expectativas num novo século, ficam mirando nele suas mitologias. O século XIX mal começava a balançar um lenço branco em gesto de adeus, já as pessoas como que festejavam: uma era de esperanças parecia se abrir incólume e triunfalmente, atestando o poder do homem. Parecia que esta espécie de macacos nus estava destinada a sucessos. Éramos Humanos, e arrotavam isso como quem declara a posição mais confortável do Universo.
Havíamos abandonado o desespero medieval, a penúria material (esteira profícua das superstições), expulsado os demônios da cabeça das pessoas instruídas e, ótima notícia, o número de pessoas que se instruíam era crescente. Deixávamos também para trás aquela história de ser mais uma espécie à mercê dos caprichos da natureza. Os progressos da ciência eram inevitáveis e avançavam com passos de sete léguas. O impossível acontecia, era possível falar dos Estados Unidos com alguém que estivesse na França, através de uns cabos mágicos e subterrâneos que transmitiam a mensagem. Linhas de ferro começaram a cruzar o mundo, as locomotivas cuspiam fumaça enquanto corriam a absurdos cinqüenta quilômetros por hora, velocidade invejável. As mulheres passavam a ter vida social, aos poucos. A medicina fazia verdadeiros milagres, e a química tinha o poder inventivo de Deus no Gênesis.
A economia funcionava a todo vapor, literalmente. Pela primeira vez no mundo, não havia escassez, e parecia que era possível atingir uma bonança social de abundância de todas as coisas. Os capitalistas estavam vibrantes e eufóricos, parecia que tinham até descoberto o elixir da longa vida. Os que lhes eram adversos, de vocação socialista, estavam igualmente entupidos de esperanças: para eles, o capitalismo era estágio inevitável de produção em abundância, embora mal distribuída. Bastava distribuir igualmente a produção, e o mundo estava consertado.
As regiões mais remotas foram sendo incorporadas, socializadas, civilizadas, ocidentalizadas, o mundo humano foi se homogeneizando. A concorrência trataria de regulamentar o deus-nos-acuda do mercado, afirmavam os adeptos do capitalismo, e em nome dela a Ásia e África foram partilhados, como quem dividisse um bolo. A ganância comia o bolo com a altivez voraz usual da humanidade, receptáculo sinistro de maus instintos. E a Primeira Guerra explodiu. Todas as outras guerras somadas, das guerras de tribos nômades às guerras napoleônicas, não mataram tanto quanto a Primeira Grande Guerra. Os artistas retratavam esse horror que parecia manchar a sublime reputação que a espécie havia alcançado, até que a Segunda Guerra fez a primeira parecer uma brincadeira de crianças. A concorrência não havia regulamentado a criação de monopólios, do modo como tentaram prever, e cresciam os bolsões de miséria em África, Ásia e América Latina. Os dissidentes tentaram criar um novo mundo, e ensaiaram uma República Socialista. Teoria maravilhosa, espécie errada. Não foi possível tratar as pessoas como se elas fossem sinceramente altruístas, - porque elas não o são, simplesmente. Foi uma catástrofe. Mas uma catástrofe com poderes para desenvolver um projeto bélico irritantemente capaz: - capaz de destruir o mundo! A brincadeira do vamos-ver-quem-é-mais-forte entre os Estados Unidos e URSS culminou na construção de ônibus espaciais.
A construção de sondas espaciais afirma pelo menos o aspecto mais louvável deste turbilhão, a ascensão da ciência. A Física teórica prediz retroativamente os segundos e frações de segundo imediatamente após o Big Bang. A química seguia forjando novos materiais. E as ciências humanas, que haviam nascido um século antes, já conseguiam engatinhar. Mas a novidade do século era o triunfo das ciências biológicas. Darwin descobriu o mecanismo através do qual as espécies se transformam, corroborado por Mendel e, mais recentemente, por J. Watson e Francis Crick, com o excepcional Projeto Genoma Humano. Agora, os cientistas proclamam que são conhecidos todos os princípios químicos da base da vida, ou seja, já é possível abandonar qualquer vitalismo, qualquer idéia de alma - descarada ou latente.
Copérnico havia nos tirado do centro do Universo e nos relegado a qualquer periferia cósmica, Freud nos mostrou que mesmo nossa melhor razão é uma miudeza próxima dos nossos instintos e inconsciente, e os darwinistas retiraram por definitivo qualquer brio divino do ser humano presunçoso, mesquinho, hipócrita, embrutecido, falsamente moral e ciumento. Friedrich Nietzsche dissecou a moral ocidental e condenou-a por completo. Sigmound Freud disse ser impossível conciliar os nossos instintos primitivos com o grau turbulento de sociabilidade (leia-se sociedade industrial) que nós atingimos. Darwin esfacelou qualquer grandeza de moral ou de princípios da perspectiva humana. Jean-Paul Sartre escreveu um longo trabalho intitulado O Ser e o Nada, sobre o absurdo da proposta da existência. Os químicos asseguram que a vida é uma sucessão de impulsos no cérebro, que cessa junto com a atividade deste; quer dizer, nenhuma ilusão sobre moral, vida após a morte, Deus ou princípios. George Carlin (comediante) e quase todos os grandes cientistas fazem gozação sobre Deus e o mundo: riso constrangido de descrente, rancoroso com uma vida que toma tudo e só oferece em troca de muita dor umas chispas de felicidade, mas que são como sonhos e que vão se dissipar, se desvanecer na escuridão do Nada.
Ao menos ainda é possível rir da nossa miserável desgraça! Não nos é estranho o humor sombrio de Machado de Assis (e sua melhor produção é da virada do século). As relações sociais estão despedaçadas, os valores antigos são obsoletos. O lugar de modernidade é o da ultra-tecnologia esvaziada de sentidos para a vida. Alguém escreva um texto sobre como o Nada penetrou o século XX: no cinema, fotografia, teatro, literatura, etc.
Inaugurávamos o século como quem entrava na era mais próspera que jamais podíamos imaginar. Enterramo-lo com o luto enraivecido de quem teve que abandonar todas (todas!) as esperanças políticas, todas as ilusões morais. O que mais sentimos falta no passado é do futuro que ele prometia. Século XX, século das desesperanças, grande era de ilusões perdidas. Século do nada.
Juliano Dourado
Havíamos abandonado o desespero medieval, a penúria material (esteira profícua das superstições), expulsado os demônios da cabeça das pessoas instruídas e, ótima notícia, o número de pessoas que se instruíam era crescente. Deixávamos também para trás aquela história de ser mais uma espécie à mercê dos caprichos da natureza. Os progressos da ciência eram inevitáveis e avançavam com passos de sete léguas. O impossível acontecia, era possível falar dos Estados Unidos com alguém que estivesse na França, através de uns cabos mágicos e subterrâneos que transmitiam a mensagem. Linhas de ferro começaram a cruzar o mundo, as locomotivas cuspiam fumaça enquanto corriam a absurdos cinqüenta quilômetros por hora, velocidade invejável. As mulheres passavam a ter vida social, aos poucos. A medicina fazia verdadeiros milagres, e a química tinha o poder inventivo de Deus no Gênesis.
A economia funcionava a todo vapor, literalmente. Pela primeira vez no mundo, não havia escassez, e parecia que era possível atingir uma bonança social de abundância de todas as coisas. Os capitalistas estavam vibrantes e eufóricos, parecia que tinham até descoberto o elixir da longa vida. Os que lhes eram adversos, de vocação socialista, estavam igualmente entupidos de esperanças: para eles, o capitalismo era estágio inevitável de produção em abundância, embora mal distribuída. Bastava distribuir igualmente a produção, e o mundo estava consertado.
As regiões mais remotas foram sendo incorporadas, socializadas, civilizadas, ocidentalizadas, o mundo humano foi se homogeneizando. A concorrência trataria de regulamentar o deus-nos-acuda do mercado, afirmavam os adeptos do capitalismo, e em nome dela a Ásia e África foram partilhados, como quem dividisse um bolo. A ganância comia o bolo com a altivez voraz usual da humanidade, receptáculo sinistro de maus instintos. E a Primeira Guerra explodiu. Todas as outras guerras somadas, das guerras de tribos nômades às guerras napoleônicas, não mataram tanto quanto a Primeira Grande Guerra. Os artistas retratavam esse horror que parecia manchar a sublime reputação que a espécie havia alcançado, até que a Segunda Guerra fez a primeira parecer uma brincadeira de crianças. A concorrência não havia regulamentado a criação de monopólios, do modo como tentaram prever, e cresciam os bolsões de miséria em África, Ásia e América Latina. Os dissidentes tentaram criar um novo mundo, e ensaiaram uma República Socialista. Teoria maravilhosa, espécie errada. Não foi possível tratar as pessoas como se elas fossem sinceramente altruístas, - porque elas não o são, simplesmente. Foi uma catástrofe. Mas uma catástrofe com poderes para desenvolver um projeto bélico irritantemente capaz: - capaz de destruir o mundo! A brincadeira do vamos-ver-quem-é-mais-forte entre os Estados Unidos e URSS culminou na construção de ônibus espaciais.
A construção de sondas espaciais afirma pelo menos o aspecto mais louvável deste turbilhão, a ascensão da ciência. A Física teórica prediz retroativamente os segundos e frações de segundo imediatamente após o Big Bang. A química seguia forjando novos materiais. E as ciências humanas, que haviam nascido um século antes, já conseguiam engatinhar. Mas a novidade do século era o triunfo das ciências biológicas. Darwin descobriu o mecanismo através do qual as espécies se transformam, corroborado por Mendel e, mais recentemente, por J. Watson e Francis Crick, com o excepcional Projeto Genoma Humano. Agora, os cientistas proclamam que são conhecidos todos os princípios químicos da base da vida, ou seja, já é possível abandonar qualquer vitalismo, qualquer idéia de alma - descarada ou latente.
Copérnico havia nos tirado do centro do Universo e nos relegado a qualquer periferia cósmica, Freud nos mostrou que mesmo nossa melhor razão é uma miudeza próxima dos nossos instintos e inconsciente, e os darwinistas retiraram por definitivo qualquer brio divino do ser humano presunçoso, mesquinho, hipócrita, embrutecido, falsamente moral e ciumento. Friedrich Nietzsche dissecou a moral ocidental e condenou-a por completo. Sigmound Freud disse ser impossível conciliar os nossos instintos primitivos com o grau turbulento de sociabilidade (leia-se sociedade industrial) que nós atingimos. Darwin esfacelou qualquer grandeza de moral ou de princípios da perspectiva humana. Jean-Paul Sartre escreveu um longo trabalho intitulado O Ser e o Nada, sobre o absurdo da proposta da existência. Os químicos asseguram que a vida é uma sucessão de impulsos no cérebro, que cessa junto com a atividade deste; quer dizer, nenhuma ilusão sobre moral, vida após a morte, Deus ou princípios. George Carlin (comediante) e quase todos os grandes cientistas fazem gozação sobre Deus e o mundo: riso constrangido de descrente, rancoroso com uma vida que toma tudo e só oferece em troca de muita dor umas chispas de felicidade, mas que são como sonhos e que vão se dissipar, se desvanecer na escuridão do Nada.
Ao menos ainda é possível rir da nossa miserável desgraça! Não nos é estranho o humor sombrio de Machado de Assis (e sua melhor produção é da virada do século). As relações sociais estão despedaçadas, os valores antigos são obsoletos. O lugar de modernidade é o da ultra-tecnologia esvaziada de sentidos para a vida. Alguém escreva um texto sobre como o Nada penetrou o século XX: no cinema, fotografia, teatro, literatura, etc.
Inaugurávamos o século como quem entrava na era mais próspera que jamais podíamos imaginar. Enterramo-lo com o luto enraivecido de quem teve que abandonar todas (todas!) as esperanças políticas, todas as ilusões morais. O que mais sentimos falta no passado é do futuro que ele prometia. Século XX, século das desesperanças, grande era de ilusões perdidas. Século do nada.
Juliano Dourado
Por auspiciosa coincidência, os três últimos livros que li - e os li devorando! - trazem poderosas esperanças contra todo esse vazio.
ResponderExcluirVazio que, sem dúvida, ainda está na moda; e é um exigido sinal de "maturidade intelectual" se conformar com ele.
Os livros são, te falei deles, A Essência da Realidade, de David Deutsch, que entre universos paralelos e outras loucuras, defende a interessante tese de que a UNIÃO de várias teorias niilistas (como o gene egoísta, a física moderna e a teoria da informação - cada uma fazendo de nós marionetes vazias) nos devolve o livre-arbítrio, a posição central da vida inteligente e do conhecimento na escala cósmica (sim!) e mesmo a esperança de uma vida infinita (não é balela new age, sério!).
Os outros dois livros, do filósofo John Searle, são sobre a mente - e insistem, a meu ver corretamente, que TODO o avanço científico nem arranhou a natureza da consciência - e é justamente nela que está todo o conteúdo significativo que é negado pelo vazio do século.
Encerro com os versos de Rogério Skylab:
Depois fui com aquela
Que um dia me pariu
Ela falou: "meu filho!"
Eu respondi: "mamãe!"
Que século vazio!
Ciência é coisa vã!
O certo é o que eu te digo:
Eu estuprei minha mãe!
kkkkkkkkkkkkkkk
Niilismo e absurdo high level! Não pude evitar, rs
"(...) defende a interessante tese de que a UNIÃO de várias teorias niilistas (como o gene egoísta, a física moderna e a teoria da informação - cada uma fazendo de nós marionetes vazias) nos devolve o livre-arbítrio, a posição central da vida inteligente e do conhecimento na escala cósmica (sim!) e mesmo a esperança de uma vida infinita (...)"
ExcluirJá se vê que você NÃO leu direito o livro do David Deutsch. Aliás, duvido que tenha passado do prefácio.
Texto excelente!!!
ResponderExcluirDescobri que já existe um livro com exatamente o mesmo título, e, pior, ele fala também da mesma coisa: a desesperança do século XX.
ResponderExcluir"O Século do Nada" (de um tal Gustavo Corção)avalia como as certezas foram todas solapadas, colocadas de escanteio no nefasto século que agora passou.
O que mais caracteriza o século XX é a morte da esperança (que é a última que morre, na literatura grega e em certa sabedoria popular).O autor daquele livro, porém, lamenta que o sentimento de desesperança que nos domina seja por causa de nosso distanciamento em relação a Deus e as verdades bíblicas. Puf! Gustavo Corção é um papa-hóstia. Talvez queiram dizer, com isso, que ele mantém esperança. Não é verdade. Eu gostaria de dizer-lhes que isso é somente a expressão do desespero!
Texto com identidade do Juliano, desde o início se percebe que é dele esse texto. Contextualiza o século XIX sob sua óptica de crédulo que é, na ciência evidentemente, cita Darwin. Mas sem dúvida o que mais me agrada no texto, ou contexto histórico, é a parte que retrata as guerras. As Grandes Guerras citadas podem ter sido feias, tristes, até contraditoriamente desumanas pra muita gente, mas o que não se pode negar é que foram essenciais para o desenvolvimento científico e também para a criação de idealogias socias e políticas. Quem sabe uma nova Grande Guerra retomaria as esperanças e ilusões perdidas?
ResponderExcluirUiliam, uma questão central: estamos em guerra. Nenhuma guerra internacional das últimas décadas estourou em território brasileiro, é verdade. No entanto, o Hobsbawm contou mais de vinte genuínas guerras sangrentas nestes últimos anos. (Referindo-se apenas a guerras de proporções internacionais). Aparecem pra gente em rápidas notícias de jornal e por isso parecem que são um sonho.
ResponderExcluirAs guerras atuais são mais um fator para a desesperança. E as ideologias ainda estão funcionando! (eu mesmo perdi a conta de quantos defensores apaixonados do comunismo eu já conheci, e quantos do capitalismo). Mas as ideologias do presente não dizem que o mundo vai melhorar. Ah, não. Ninguém mais acredita nisso.
Pois é Juliano, tanto eu quanto você concordamos que o mundo não vai melhorar com as ideologias do presente (capitalismo, socialismo por você citadas). Entretanto quanto as mais de vinte guerras internacionais genuinamente sangrentas que vieram depois, não apresentaram tantos benefícios como os que Mengele trouxe ao mundo na Segunda Grande Guerra. E nem dezimou pessoas o suficiente (acho que nem as duas Grandes Guerras dizimou) gente o suficiente a ponto de tornar a voltar a esperança num mundo melhor. Até você acredita que no momento que à medida que reduzir a poplação mundial, chegará um momento que os sonhos idealistas hoje serão uma realidade, foi na época da peste negra.
ResponderExcluirVou dizer de uma vez: prefiro estar enganado, mas acho que não vai voltar a esperança num mundo melhor. (Quer que eu repita?)
ResponderExcluirVai ter briga!Ê!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirNão, só brigo com o amigo Uilião por motivos de dinheiro. E ainda brigo dando risadas.
ResponderExcluirApois eu acredito que o mundo melhoraria se tivesse a metade de gente que tem hoje.
ResponderExcluirBem, os salários iriam subir.
ResponderExcluir"Mundo melhor", porém, afigura-me como alguma coisa além disso.
Nós não somos "bons" ou "divinos" - ou "importantes" em qualquer instância. Não somos assistidos por Deus, Zeus, Alá ou qualquer outro fantoche desses que faz torcidas no mundo inteiro; também a ciência não vai nos salvar; e não vamos para o céu ou inferno quando este Ato acabar, aliás, não vamos para lugar algum! Continuemos com poesias, com músicas, ciência, política e religião. Mas acabou-se todas as perspectivas de "redenção". Se acontecer uma Revolução, se houver outra epidemia da proporção da Peste Negra, ou qualquer outra coisa que anime os catastrofistas, seguiremos ainda sem perspectivas.
A perspectiva que se abre para o século XXI é a mais mundana de todas as épocas: arrumar um emprego que pague bem, viver um pouco e depois morrer.
Aquelas perspectivas de um outro mundo, aqui mesmo ou no Além, à maneira de cristãos e judeus ou à maneira de comunistas e milenaristas, estão igualmente ultrapassadas! Adeus, nossas esperanças.
A esperança pode ter acabado, e todas as perspectivas citadas por você estão ultrapassadas, concordo. Mas aumentando os salários ia melhorar, talvez o dinheiro seja a nova esperança ideologia e perspectiva nesse mundo que perdeu a perspectiva de um novo mundo comunista ou militarista, cristão ou judeu e os amigos não precisariam brigar por motivo nenhum mais, mesmo que dando risada.
ResponderExcluirkkkkkkkkk
ResponderExcluir[e briga com risadas é brincadeira - não briga!]
Pela insistência do Uilião, devo admitir que o humano é realmente um animal de profunda inclinação para devaneios de esperanças. O que legitima aquele ditado, de acordo com o qual a esperança é a última que morre.
Em Uiliam, só para dar um exemplo, a esperança está agonizante: ele não acredita mais em comunismo, feitiçaria, nazismo, cristianismo, islamismo ou que outra coisa dissermos. E ele não "acredita" no dinheiro, tampouco. Não é uma relação de respeito. Entendam-me: ele quer o que o dinheiro proporciona, isto é: ele quer Poder. E ele baseia que todas as pessoas são como ele, quer dizer, que todas as pessoas anseiam por Poder. Ele também acredita que a moral já passou: as pessoas agem em favor do seu próprio proveito, em todas as situações. Poder = capacidade de submeter os outros ou as coisas à sua própria vontade.
Em mim, a esperança já não está agonizando a sensação de morte, como em Uiliam; ela já está definitivamente morta. Porque eu perdi a esperança de cultivá-la.
Mas, pelo conteúdo do que uiliam afirmou em seus comentários, eu sou obrigado a reconsiderar: ele tem esperança, quer ter, tenta ter esperanças. Não que tenha motivos para isso. Não que seja sensato. Ele tenta. Mas ele tem tanta esperança quanto um gato atropelado por um caminhão (miando bem alto e contorcendo-se de dor) ainda contém vida.
Eu estava disposto a não comentar mais esse texto porque já mostrei que discordo e porque discordo em partes do texto e não tinha porque ficar dando mais ibope pra ele.
ResponderExcluirMas Julião resolveu que ia ser o meu "porta-voz no último comentário sem minha permissão, aí foi o jeito eu intervir.
A forma como eu penso e minha opinião já foi dita por mim anteriormente, mas meu amigo Julião parece ter dificuldades em aceitar a opinião contrária a sua. Afirmar em que acredito, o que eu quero, como e quanto penso, aí já é forçar a barra companheiro (acho que nem eu tenho todas essas respostas). E mais uma vez terei que discordar de você e também de sua tentativa frustada como leitor de mentes.
Punheta pura!
ResponderExcluirParabéns, Uilião. Mostre em que pontos você discorda.
ResponderExcluir(É que eu não li mentes. Eu reproduzi o que você me disse ou fez em... um milhão de situações. É claro, você pode ter mentido SEMPRE. Aí você ficaria parecendo com aquela mulher da última novela...)
[Se o caso for outro, de você ter se chateado por eu haver escancarado suas opiniões sem o devido consentimento, eu me comprometo a apagar os meus comentários. E peço desculpas]
Por essas e outras que o macaco evoluiu do homem...todo o tempo ímpar é um caminho virgem, podemos estuprá-lo, mas cada um de uma vez. Texto mui bom.
ResponderExcluirEnquanto isso no Campeonato Carioca... ninguém segura o Flamengo!
ResponderExcluir