25 setembro 2010

Se

E se durar como o sol,
o sol não dura mais que um dia.
E se durar como a chama,
a chama sempre se apaga.
Como podes ser tão inconstante?
Se tu és bom, por que não dura?
Como o triste fim da formosura
ficou escrito nas linhas do meu rosto

Anne Raisa

6 comentários:

  1. Na minha opinião, poesia claramente inspirada por Gregório de Matos:



    Inconstância das coisas do mundo

    Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
    Depois da Luz se segue a noite escura,
    Em tristes sombras morre a formosura,
    Em contínuas tristezas a alegria.

    Porém se acaba o Sol, por que nascia?
    Se formosa a Luz é, por que não dura?
    Como a beleza assim se transfigura?
    Como o gosto da pena assim se fia?

    Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
    Na formosura não se dê constância,
    E na alegria sinta-se tristeza.

    Começa o mundo enfim pela ignorância,
    E tem qualquer dos bens por natureza
    A firmeza somente na inconstância.

    Gregório de Matos.

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  2. O Gregório (tal qual Vieira, Machado ou Nietzsche) sempre arrasa!

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  3. mais que claramente... uma condensação da supracitada (sei lah o que isso quer dizer..) e poetisa sempre tem um charme... depois me apresenta ela aew juliano

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  4. Inspirada por ele mesmo. Gregório é tão 'eu não sei dizer o que'...
    O admiro muito.
    Ah prazer Sócrates,sinta ai um aperto de mão e um abraço
    (triste metafísica ).


    Obrigada Juliano pelo espaço.
    beijocas pessoal.

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